Último Semestre de 2022: os reflexos do aumento da taxa Selic para o mercado imobiliário
É muito provável que você já tenha ouvido o quanto a Taxa Selic afeta nos investimentos, certo?
Mas, algo que talvez você ainda não saiba é que esse índice representa muito mais do que interferência nos investimentos. É essencial entender esse conceito para saber como funciona a dinâmica da economia e as implicações no nosso cotidiano.
“os custos da construção civil, os insumos necessários em alta, podem prejudicar a aquisição da casa própria, principalmente, na categoria de imóveis do programa de habitação do governo federal para tickets menores”
Neste post da Arbo você vai conhecer mais sobre o tema e compreender qual é a relação dessa taxa com o cenário imobiliário no país. Confira!
A taxa Selic comanda o mercado imobiliário?
Para essa dúvida a resposta é: sim. Ela comanda isso, e muito mais!
A taxa Selic nada mais é do que a taxa básica de juros da economia. Ela influencia as taxas de juros de todo o país e é utilizada pelo Branco Central (BC) para controlar a inflação. Ela é usada nos empréstimos feitos entre os bancos e também nas aplicações realizadas pelos mesmos em títulos públicos federais.
Algo importante que vale dizer é que o Comitê de Política Monetária (Copom) define a meta da taxa Selic para assegurar a estabilidade dos preços no país – ou seja, para controlar a inflação.
A cada 45 dias, o órgão se reúne para definir se a Selic se mantém, aumenta ou diminui.
Em 2021, o período fechou com um aumento da Selic de 7,75% para 9,25% ao ano. Em sua mais recente reunião, realizada no mês de setembro de 2022, o Copom a manteve em 13,75% ao ano.
O aumento da Selic influencia na hora de comprar um imóvel, pois ainda que exista redução dos preços no mercado imobiliário, há também um reajuste no valor do financiamento imobiliário.
Por exemplo, em um contrato indexado à Selic, se a taxa subir de 10% para 12%, a taxa de financiamento acompanhará esse movimento, aumentando o custo das prestações do imóvel.
Do contrário, se a taxa cai de 10% para 8%, por exemplo, ocorre consequentemente uma queda nos demais encargos de financiamento imobiliário, o que aumenta as chances para a compra de um imóvel.
Além disso, se a oferta não acompanhar o mesmo movimento pode haver uma valorização dos bens.
O cenário atual do mercado imobiliário
Mesmo com o aumento da Selic e um cenário econômico nacional e internacional instável, por conta de um reflexo de dois anos intensos de pandemia e outros acontecimentos globais, a demanda de compra e venda de imóveis segue sendo uma forte tendência em 2022.
Apesar das consecutivas altas na taxa Selic, o mercado imobiliário ainda se mostra aquecido. Segundo um levantamento feito pela Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), em parceria com a FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), o volume de financiamentos de imóveis novos no 1º semestre deste ano cresceu 5% em relação ao mesmo período de 2021.
O número de novos imóveis comercializados no Brasil também aumentou (18%) no primeiro semestre de 2022, quando comparado ao mesmo período de 2021.
Ao todo, foram vendidas 87.655 unidades nos seis primeiros meses, segundo o levantamento feito com 18 empresas associadas à Abrainc. No mesmo intervalo, 62.414 unidades foram lançadas, volume que representa alta de 3% em relação aos seis primeiros meses de 2021.
Em relação às vendas, os imóveis de médio e alto padrão voltaram a apresentar crescimento, de acordo com o estudo da associação. Foi registrado um acréscimo de 103% em relação à primeira metade do ano passado.
Além disso, o sonho da casa própria é maior para os jovens do que para as pessoas mais idosas. Segundo uma pesquisa do Datafolha feita no início de 2022, 91% dos brasileiros entre 21 e 24 anos querem ter posse de um lugar para morar.
O percentual vai caindo, até estacionar em 81% entre os que têm 60 anos ou mais. De forma geral, cerca de 87% dos brasileiros de todas as idades apoiam a ideia da moradia própria.
O que está acontecendo com o mercado imobiliário e quais os possíveis motivos?
Para Gustavo Zanotto, Business Advisor da Arbo, o cenário atual do mercado demonstra que este é um bom momento para comprar imóveis que estão há mais tempo no mercado, pois produtos novos tendem a vir muito mais caros.
Zanotto ainda reitera que o aumento da Selic afeta na diminuição da velocidade da tomada de decisão, e no apetite do consumidor, ainda que os juros imobiliários praticados pelas instituições financeiras estejam bem abaixo da Selic.
Para ele, a imagem que temos de mercado neste momento é de negócios que acontecem, mas nem sempre na velocidade desejada.